quinta-feira, 24 de abril de 2014

Chevette exclusivo

Com a impossibilidade de ter um modelo importado entre 1975 e 1990 (com exceção dos automóveis que pertenciam aos corpos diplomáticos e depois eram vendidos no mercado nacional), existiram várias empresas que incrementavam modelos nacionais para tentar compensar o que para nós era um sonho impossível.

Praticamente todos os modelos nacionais foram alvo de transformações estéticas e mecânicas. E o Chevette não podia ficar fora dessa. 

A Envemo, desde o lançamento do Chevette, desenvolvera e vendera, além de modificações de carroceria, também modificações de motor, o mais famoso e comum sendo o coletor de admissão para dois carburadores de corpo simples Solex 40, de Opala


A Envemo freqüentemente aumentava a cilindrada para 1.600 cm³, elevava a taxa de compressão obrigando o uso da gasolina azul de então, e assim por diante. 



Uma dessas modificações foi em um Chevette 1974, que foi exposto  no Salão do Automóvel em 1974. O que ele tinha de especial, (além do kit com as caixas de roda alargadas com abas lembrando um estilo rali, e o spoiler dianteiro), era um comando duplo no cabeçote, chamado “Silpo”.

Sobre o cabeçote Silpo:

Silpo do italiano radicado no Brasil, Silvano Pozzi, que criou um cabeçote DOHC (double overhead camshaft) para o Chevette ao redor de 1979/1980. Ele vinha com dois carburadores Weber verticais de corpo duplo + o cabeçote de duplo comando, com as exóticas palavras “Silpo” e “Bi-albero” (da expressão italiana “bi-albero di came a testa”, (duplo comando de válvulas no cabeçote).

O acionamento dos comandos é feito por correia dentada, como no Chevette, e esta conta com dois esticadores montados numa capa cromada metálica que serve de proteção para correia e polias, e é fixada ao motor. No lado da admissão, dois carburadores Weber de duplo corpo, com filtros de baixa restrição, garantem que não faltará alimentação. A Silpo era a assistência autorizada da Weber em São Paulo. O resto do motor é normal do Chevette, apesar da cilindrada ter sido aumentada para 1.600 cm³.





Detalhe: esse cabeçote “Silpo Bi-albero”, tem poucos registros impressos de seu aparecimento... foi  publicado na seção 'Painel' da revista Quatro Rodas, sob o título "Uma opção para dar mais potência ao Chevette”, na edição de agosto de 1979.


Depois, o carro apareceu na capa da revista Oficina Mecânica, em 1987:





Muito pouco se sabe sobre este cabeçote, e é interessante, como um preparador de São Paulo nos anos 70 tenha sido capaz de fazer algo tão interessante e tecnicamente complicado, com recursos obviamente escassos. Cinco cabeçotes foram produzidos. Um foi instalado em um Chevette Hatch, que foi para o sul e lá sofreu um acidente de perda total, seu motor desaparecendo. O segundo é o do carro que conhecemos. Outro motor foi mandado completo para a Envemo, e seu paradeiro é, agora, também desconhecido. Dos outros dois motores, não se sabe absolutamente nada. O que faz este Chevette azul algo filho único de mãe solteira, e já falecida (Silvano Pozzi faleceu em 8/08/07).










O painel é totalmente alterado em relação a um Chevette normal, em madeira e com o topo almofadado em couro. Onze instrumentos analógicos, "reloginhos", sendo o velocímetro à esquerda e conta-giros à direita, com um relógio de menor diâmetro no meio. À esquerda desses está o vacuômetro em cima de um medidor de pressão de combustível. Na direita, mais seis instrumentos, três em cima, três embaixo: quantidade de combustível no tanque, amperímetro, temperatura do óleo, pressão do óleo, voltímetro e finalmente temperatura da água de arrefecimento:





Roda Scorro modelo Cruz de Malta e freio à disco na traseira:





Enfim, um carro exclusivo, por ser único, e que pode ser seu.

Ele está à venda no Mercado Livre hoje por R$ 35.000,00




Ônibus antigo vira casa

Um casal britânico provou que, quando o assunto é sustentabilidade, é possível reaproveitar até mesmo grandes peças que estavam fadadas a virar sucata.




Rob e Layla transformaram um ônibus velho e esquecido em uma confortável casa, 
que ganhou até um nome: Majestic Bus. 





E a casa-ônibus não deixa nada a desejar. Tem tudo que uma casa convencional deve ter, como um belo piso de madeira, bancadas de carvalho, fogão a gás e geladeira. Para compensar a falta de espaço o casal integrou ambientes e usou móveis multifuncionais (que têm mais de uma função na decoração). 






 Assim, a sala está integrada com a cozinha e na parte de trás da 'casa' fica um fogão a lenha e uma cama de casal, que consiste em um sofá em formato de L que ao ser dobrado vira uma cama para dois. A energia elétrica que abastece a residência vem de painéis solares instalados na teto externo do ônibus, que ainda conta com um banheiro rústico de madeira e um deck que funciona como varanda.



 O Majestic Bus comporta até oito moradores, quatro dentro e quatro acampando do lado de fora. Para completar, a casa foi colocada em local estratégico, com vista panorâmica para pitoresca região de Herefordshire, no interior da Inglaterra.


Fonte: Hypeness.com